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Saturday, 11 August 2012

Mártires sem saber



Vivemos hoje em uma época de mártires. Isso te surpreende? Não deveria. Vemos por todo lado pessoas dispostas a morrer por alguma causa.
A definição da palavra é: “Mártir (do grego μάρτυς, transl. martys, "testemunha") é uma pessoa que morre por uma causa ou fé...”.
 Para muitos, a causa é o futebol. Milhões de torcedores fanáticos pulando, gritando, chorando, brigando, se espancando, alguns sim, até morrendo por causa de um grupo de pessoas que nem ao menos sabe os seus nomes. Para muitos outros é a moda, o glorioso mundo da beleza. Garotas que, ao querer refletir a perfeição photoshop cruel das modelos que aparecem nas revistas, passam por dietas exaustivas, séries de malhação extenuantes, ou pior ainda, se tornam vítimas da bulimia ou anorexia. 

Outros ainda são os mártires do sucesso. Fazem de tudo e um pouco mais para saírem por cima. É a cultura que vive o ditado: "Os fins justificam os meios". Como consequência temos os workaholics, a depressão, o estresse (o mal número um do século), a falta de tempo, o abandono da família, crianças rejeitadas, adolescentes cínicos, jovens desorientados e enfim, um novo ciclo de pessoas viciadas na "psicologia do sucesso", que supostamente dará à nova geração a felicidade frustrada que a antiga nunca teve. Felicidade que na verdade, fora frustrada pelo próprio sucesso.

E o que diremos dos mártires da vida boa? Os afetados pelo "deixa a vida me levar, vida leva eu". Pessoas que preferem morrer do que levantar um dedo para fazer qualquer coisa. Existem meramente. Passam os seus dias de pernas pro ar, sem trabalhar, sem se preocupar e infelizmente, no final, sem comer. Não vou dizer que sempre são mártires ativos. Às vezes, no mundo em que vivemos hoje, pessoas são engolidas pela sociedade.

Temos também os mártires religiosos. Pessoas que dão até a alma para a sua igreja. Se tornou comum ver na televisão os grandes pregadores da teologia da prosperidade, gritando, já roucos, dizendo que se entregarmos o aluguel da casa, ou as chaves do carro, ou o posto de gasolina seremos abençoados, e Deus abrirá as comportas do Céu, e choverá casas e carros para todos. Que cena patética. Milhões de pessoas, até sinceras, sinceramente enganadas fazendo do nome de Deus objeto de escárnio para o resto do mundo.

Podemos passar o resto do século falando dos vários mártires. Do sexo, de carros, das lutas, da sociedade, de política, dos estudos, de empresas, dos amigos, de comidas, dos animais, da comunicação, da popularidade, aplausos e prestígio, a lista é eterna. 
                                      
Como podemos olhar para essa lista desesperadora, e não cair no cinismo? Não é fácil. Será que todo ser humano é um mártir? Se for, qual causa é justa? Qual vale o nosso tempo, a nossa vitalidade? Em uma sociedade em que tudo se tornou relativo, onde o refletir é desencorajado, onde o "legal" é se encaixar no molde, onde a busca suprema é o "me sentir bem" como é que terei o bom senso de ter bom senso?!

É aí que me lembro daquelas palavras: “Porque, se vivemos para o Senhor, vivemos; se morremos para o Senhor, morremos. De sorte que, ou vivamos ou morramos, somos do Senhor” (Romanos 14:8). A Bíblia fala sobre o martírio nos termos de viver (ou morrer) pela causa de Cristo. Olho para o mundo e vejo tantas causas pelas quais as pessoas morrem, e penso: “Eu não quero morrer por isso...eu não quero nem viver por isso!” A pergunta é: por qual causa você viveria? Na verdade, por qual você morreria?


               "Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, e o mais ele fará" (Salmo 37:5)



Salmos 37:5
Entrega o teu caminho ao SENHOR; confia nele, e ele o fará.
Salmos 37:5

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